Uma pesquisa recente divulgada pela IDC mostrou que apenas 22% dos brasileiros pretendem adotar o 5G nos próximos 12 meses. Outros 42% dizem que não vão migrar e entre as razões para permanecerem no 4G está a necessidade de trocar de aparelho. 39% estão felizes com seus dispositivos atuais e 34% trocaram de aparelho recentemente.
Mas a questão é que, independente da decisão pessoal de instalar ou não o 5G nos smartphones, essa tecnologia deve mudar a indústria e a forma como nos relacionamos com o mundo – não só com tecnologia.
Velocidade de conexão. Essa é a principal diferença do 5G para o 4G, que usamos atualmente no Brasil. E isso significa que, na prática, vai ficar muito mais rápido baixar e enviar arquivos pela internet. Segundo uma matéria divulgada recentemente no G1, a média de velocidade do 4G no Brasil é de 17,1 megabits por segundo (Mbps). A melhor conexão 4G possível pode chegar a 100 Mbps. Enquanto a velocidade do 5G pode ser 100 vezes maior, chegando a 100 gigabites por segundo (Gbps).
Claro que você não terá uma conexão de 100 Gbps no seu celular a todo o tempo. A velocidade depende de padrão da operadora, localização, sinal e quantidade de pessoas conectadas ao mesmo tempo. Entretanto, esse aumento de velocidade na conexão abre a possibilidade para uma série de serviços que não existem hoje em dia. E pelos quais o consumidor espera!
Atualmente, algumas operadoras já disponibilizam o 5G DSS (sigla para dynamic spectrum sharing), que é uma espécie de intermediária entre o 4G e o 5G real. E já é possível notar a diferença.
Outra mudança importante que o 5G trará para o Brasil é maior estabilidade nas conexões. Sabe aquelas reuniões online em que sempre alguém trava, ou cai? Ou aquele delay nas transmissões ao vivo? Eles devem diminuir ou chegar ao fim. Isso vai melhorar não só os nossos encontros online, mas uma série de serviços que dependem de múltiplos acessos à internet ao mesmo tempo.
Essas melhoras na conexão vão ter um impacto importante no nosso dia a dia. Imagine que atualmente pode levar 35 minutos para baixar um vídeo Blu-ray, por exemplo. Mas com o 5G esse tempo pode ser reduzido a 21 segundos! E o benefício não é só para o consumidor comum. Isso pode mudar completamente a indústria de carros autônomos, já que um dos grandes empecilhos para o seu desenvolvimento é o tempo muito grande de resposta dos carros, o que pode causar acidentes.
Outra atividade que se beneficia do 5G é a telemedicina. Porque esse aumento da velocidade, a estabilidade da conexão e a possibilidade de poder haver muitas conexões simultâneas vai tornar cada vez mais possível a realização de cirurgias remotas. Sem contar em algo mais simples: ambulâncias conectadas aos hospitais, agilizando atendimento de emergências, por exemplo.
Por fim, no dia a dia das pessoas, a melhoria da conexão pode ser percebida na internet das coisas, cada vez mais difundida. Por exemplo, relógios conectados já são uma realidade e podem ter sua experiência melhorada e amplificada. Além disso, pets conectados também devem ser cada vez mais comuns. Seria o fim daqueles cartazes em que se anuncia a perda do cachorrinho? Tomara!
A primeira meta definida para instalação do 5G nas capitais do Brasil foi julho de 2022. O problema é que ela garante a instalação de algumas antenas. E como o 5G tem ondas com alcance menor do que o 4G, é preciso uma infraestrutura e uma rede de antenas muito maior para dar conta de levar a tecnologia a todo o país, efetivamente.
Sua utilização também depende do consumidor trocar o aparelho celular por um com capacidade de receber esta tecnologia. É preciso por exemplo, ter um iphone 13 ou Galaxy S21 pelo menos. E em ano de inflação alta e perda de poder aquisitivo do consumidor, é de se esperar que essa troca de aparelhos não ocorra em alta velocidade.
Por outro lado, o 5G abre um novo leque de serviços para as indústrias que estiverem dispostas a investir neste momento – e se preparem para as demandas de um consumidor cada vez mais conectado e disposto a interagir com a tecnologia.
Uma pesquisa divulgada no início de 2022 pelo Euromonitor aponta, como principais tendências de consumo neste ano (no mundo):
Todas essas tendências dependem de uma melhora na tecnologia e na velocidade de conexão.