Inteligência analítica é a capacidade de transformar dados em orientações para decisões estratégicas e táticas. Parece subjetivo? Na prática, ter inteligência analítica significa ir além do que é esperado de você, como profissional ou empresa, e ser capaz de interpretar o contexto e tomar boas decisões sobre você ou sua organização com base em método e técnica de forma consistente.
“Entregar inteligência vai muito além da entrega de resultado. Resultado é aquilo pelo qual você foi contratado, enquanto entregar inteligência é fazer diferença para orientar decisões. É o que promove alguém”, explica Armelle Decaup, profissional da área de inteligência analítica há mais de 20 anos. Ela alerta que uma boa decisão pode levar a um resultado negativo, mas ainda assim ser boa desde que gere aprendizados para novas decisões.
Achou a frase polemica? Vamos aprofundar melhor o assunto, mas se você espera encontrar uma receita de bolo para um trabalho de inteligência analítica, desista, porque ela não existe. Este é um tipo de trabalho extremamente customizado, desenhado para cada situação.
É possível, entretanto, trilhar um caminho de análise mais ou menos padrão e, neste caminho, o primeiro passo é perguntar: qual é o problema a ser solucionado? Esses problemas, segundo ela, podem ser de três naturezas.
Antes de tudo, portanto, é preciso entender onde a empresa está, qual é o problema a ser resolvido e onde se quer chegar. Em seguida, escolher, dentre as mais de 100 ferramentas e técnicas analíticas disponíveis, qual – ou quais – devem ser usadas em cada situação.
Por fim, a escolha da melhor técnica depende do problema. “Não se trata de modelagem matemática. Inteligência é uma arte. É preciso entender o conjunto de técnicas, o proposito, o roteiro de cada uma delas. Inclusive para selecionar e costurar entre elas as que melhor resolvem cada situação, porque dificilmente uma única técnica entrega todas as respostas de que você precisa”, completa Armelle.
O terceiro passo nessa trilha é a coleta de dados para identificação do problema.
Neste ponto pode surgir um problema: como lidar com o excesso de informações e dados disponíveis? Invertendo a lógica, segundo Armelle. “Não se coleta dados para depois pensar sobre eles. Primeiro precisamos entender de ferramentas de inteligência, o que nos leva do ponto A, onde estamos, para o B, onde queremos chegar, e então selecionar os melhores dados para embasar esse caminho”.
Outra dúvida que pode surgir nessa etapa do trabalho é: Como verificar a qualidade e confiabilidade dos dados coletados? Para isso existem profissionais especialistas, que vão buscar os metadados (dados por trás dos dados), entender quem gerou o dado, em qual contexto, com qual propósito e se outras fontes corroboram esses dados, por exemplo.
“Não existe tomada de decisão com dados completos e perfeitos. As vezes a empresa já tem uma mina de ouro em termos de dados e é preciso saber aproveitá-la. Portanto, antes de começar uma busca frenética por volume de dados é preciso fazer melhor com o que já existe”, orienta Armelle. O diferencial está em usar competências analíticas do time para tomar decisões com base nos dados e não juntar o maior número possível de dados e informações.
“Mais importante do que dados e relatórios é a história analítica que vai ser contada sobre eles ”
Armelle Decaup
A tecnologia pode ajudar na estruturação dessa história, por meio de ferramentas de big data, machine learning, ou mesmo para estruturação e organização dos dados por meio do Tableau, por exemplo.. Mas sem um profissional capaz de conectar os dados, analisá-los e propor cenários e soluções, a tecnologia por si só não é capaz de entregar inteligência analítica.
Na visão de Armelle, a especialização em inteligência analítica é algo disponível para qualquer profissional. Desde que esteja disponível e interessado em estudar e capacitar-se para desenvolver competências analíticas, estratégicas e executivas. Por competências analíticas entende-se saber interpretar e extrair inteligência de dados.
Por outro lado, as competências estratégicas remetem à flexibilidade cognitiva, ao pensamento crítico, e à capacidade de resolver problemas complexos e tomar decisões. Já as competências executivas são aquelas relacionadas a liderança, negociação, comunicação e conexão.
Por último, a inteligência não precisa ficar confinada a uma área dentro da organização. Pode ser desenvolvida por meio de grupos de trabalho ou comitês estratégicos organizados por projeto. E nesses projetos, o papel de uma consultoria como a Grão Inteligência, por exemplo é acelerar a abordagem, porque consultorias têm experiência prática, metodologias próprias e experiência sobre o que funciona melhor em cada situação.
A Grão pode ajudar a sua empresa nesse processo. Entre em contato com a gente.